Quem já não ouviu da avó ou mãe aquela “receitinha” para curar um resfriado, ou dor de cabeça? Pois é, esta cada vez mais sendo comprovada pela ciência a sua eficácia, é a volta por cima dos remédios naturais.
Não importa a evolução que a medicina e a farmácia apresentem, mesmo com seus medicamentos “milagrosos” ultramodernos sempre vão competir com a tradição do uso de plantas medicinais na forma de chás. Em cada 100 famílias no mundo, cerca de 80 recorrem às plantas medicinais in natura ou processadas para amenizar e aplacar sintomas, segundo registros da Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) já adota a fitoterapia que se baseia na utilização de ervas transformada pela indústria.
Atualmente, os medicamentos fitoterápicos - obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais – tiveram um crescimento em torno de 20%, segundo a Associação Brasileira de Indústria Farmacêutica, devido ao desejo de se encontrar uma alternativa aos medicamentos sintéticos por um preço menor e com a comprovação da eficácia.
A ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) vem estudando uma flexibilização na legislação dos fitoterápicos com a inclusão de uma nova categoria com os chamados “produtos tradicionais”. Nesse grupo, a agência concederá registro a produtos que ainda não tenham estudos clínicos confirmando a eficácia e a segurança, mas que já sejam consagrados pelo uso popular.
Vamos voltar no tempo e aproveitar os benefícios dos remédios que nossos avós utilizavam.
Para combater a Gripe nada como um bom chá.
A receita é simples: junte 1 xícara de água, 1 dente de alho bem amassado, 1 pedaço de gengibre do tamanho de um dedo polegar, sem casca, cortado em rodelas, e 1 pedaço de casca de canela também do tamanho de um polegar. Ferva tudo por cinco minutos e coe. Ao servir, adicione uma colher(sobremesa) de mel (de preferência de eucalipto). O mel não deve ser aquecido,pois perde seus efeitos terapêuticos.
ALERTA: Não tomar nenhum outro medicamento 1 hora antes ou depois de tomar o chá.
O alho, desde os primórdios de nossa civilização, vem sendo usado pelo homem tanto para uso culinário quanto para fim terapêutico. Apresenta ações; expectorante, anti-séptico, analgésico, antiinflamatório, antibacteriano, hipotensor, vermífugo, hipoglicemiante, febrífugo, anti-agregante plaquetário, antioxidante e hipocolesterolemiante.
O gengibre possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidante, antifúngica, analgésica. As propriedades terapêuticas do gengibre são resultado da ação de várias substâncias (citral, borneol, zingerona, entre outras). Desde a antigüidade o gengibre é um dos métodos mais populares de combater dores, por ser um ingrediente barato e saudável. Popularmente, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e até ressaca. Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu a ação dessa planta sobre o sistema digestivo, tornando-a oficialmente indicada para evitar enjôos e náuseas, confirmando alguns dos seus usos populares, onde o gengibre é indicado na digestão de alimentos gordurosos.
A Canela tem propriedades digestiva, redutora de gases intestinais, antiespasmódico, anti-séptica, antibacteriana. Ainda não há comprovação científica de seus usos, mas algumas farmacopeias e sistemas de medicina tradicionais indicam a canela para tratar da falta de apetite,perturbações digestivas com cólicas leves, gases e sensação de plenitude gástrica.O óleo essencial extraído da canela tem potencial antimicrobiano significativo,já que se mostra efetivo na inibição do crescimento bacteriano, fato que pode estar relacionado com a presença do cinamaldeído em elevada concentração. Atualmente, os estudos demonstram a possibilidade de utilizar a canela na conservação de alimentos por possuir tal propriedade.
Diversas propriedades medicinais como antibacteriana, antifúngica, cicatrizante e antioxidante. são popularmente relatadas ao mel. Os cientistas do Colégio de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos realizaram pesquisa em crianças com tosse; uma parte delas foi medicada com mel, enquanto a outra parte foi medicada com dextrometorfano. O estudo determinou que o uso do mel no tratamento contra a tosse era mais efetivo do que o uso do dextrometorfano. A explicação é que as crianças geralmente adoecem por causa que vírus inflama a parede da faringe, o mel adere-se ao tecido inflamado, proporcionando uma proteção que consegue diminuir a tosse e a dor de garganta.
Convém dar um alerta a todos, que eles (os Chás) devem ser administrados com bom senso – e, se o mal-estar persistir ou se agravar, é preciso procurar um médico para avaliar as causas e indicar outro tratamento.